Um ato simples, mas eficiente para o controle de infecções é o de lavar as mãos. Esta medida auxilia na boa manutenção da saúde de pacientes e de profissionais da área contra várias doenças, dentre elas a covid-19. Nesta terça-feira, 5, Dia Mundial de Higienização das Mãos, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), reforça a importância desta prática. É celebrado nesta terça, ainda, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos.

A infectologista do Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti (Umarizal) Gerusa Ninos destaca que esta medida, que se tornou um dos principais assuntos da atualidade, deve ser continuada. “A higienização das mãos é fundamental na rotina das pessoas, sobretudo diante do cenário de pandemia. É o padrão ouro no controle da infecção hospitalar e, atualmente, primordial na ocasião em que estamos vivendo”.

O eficiente processo de higienização das mãos depende, no entanto, de alguns fatores, dentre eles a quantidade de produto utilizada, o tempo de lavagem, unhas curtas e mãos e antebraços sem joias e descobertos. E a prática deve ser realizada sempre após assoar o nariz, tossir ou espirrar; após usar transporte público; depois de tocar, sem proteção adequada, em pessoas que estejam doentes; antes de comer ou manusear alimentos; após o uso de instalações sanitárias; dentre outras situações de risco à saúde.

“As mãos devem ser lavadas com água corrente e sabão quando estiverem visivelmente sujas. Caso não tenha sujidade visível, o álcool em gel pode ser utilizado”, destaca a médica.

Novos hábitos – Diante da pandemia instalada, a população teve que repensar alguns hábitos do cotidiano, como o de higienizar as mãos. Para a médica, as pessoas se tornaram mais conscientes e exigentes com esse cuidado por causa da pandemia e o hábito deve continuar mesmo após o controle da Covid-19.

“Certamente, depois das incessantes informações na mídia as pessoas passaram a se preocupar com a higienização das mãos e com o uso do álcool em gel. Acredito que nada será igual como antes, mesmo depois do relaxamento das medidas de isolamento social ou, até mesmo, a abolição, pois a população aprendeu e deve permanecer com o hábito de higienizar as mãos. Isso deve fazer parte da rotina de todos”, ressalta a médica.

Medicamentos – Outro assunto que também merece destaque é o uso de medicamentos, feito muitas vezes sem a devida orientação médica. Esta prática, além de poder causar sérios danos à saúde das pessoas, sobrecarrega os serviços de saúde com ocorrências que poderiam ser evitadas.

Para sensibilizar a população quanto ao uso correto dos produtos farmacológicos, o chefe da Divisão de Drogas e Medicamentos do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) da Sesma, Renato Cavalcante, faz um alerta.

“Estamos vivendo um momento difícil com a automedicação dos pacientes que, sem a busca e orientação do profissional de saúde, pode adquirir diversos problemas, como intoxicação, alergias, transtornos de saúde ou, até mesmo, risco de morte. Em casos assim, os pacientes têm de se deslocar até as unidades de saúde e acabam superlotando o local por conta da automedicação”, afirma.

No combate ao uso incorreto de medicamentos, o Devisa realiza um constante trabalho com agentes sanitários, inspecionando estabelecimentos farmacêuticos e orientando profissionais de saúde, tudo para salvaguardar a vida dos pacientes para que façam o uso da medicação correta.

“A cultura da automedicação ainda é, infelizmente, muito presente no cotidiano das pessoas, embora em toda farmácia exista um profissional que possa orientar e, consequentemente, evitar que pessoas se automediquem. O profissional de saúde dentro desses estabelecimentos, quando identifica que o paciente está com algo mais grave, tem capacidade para orientá-lo sobre o que fazer mediante terapias farmacológicas ou não farmacológicas. Além disso, vale lembrar que medicamentos podem ser isentos de receita médica, mas não são isentos de risco à saúde. Por isso, a busca e orientação é fundamental”, afirma Renato.

Texto: Suênia Cardoso