Ivanete Costa, 49 anos, dirige moto há mais de duas décadas e há alguns durante uma viagem ao Maranhão sofreu um acidente que poderia ter um final trágico se a motociclista não estivesse bem protegida com todos os equipamentos de segurança. "Era quatro horas da madrugada, tava escuro e eu não vi um buraco. Acabei caindo da moto. Sorte que eu estava bem protegida ou não sei o que seria de mim. Uma hora daquelas no meio da estrada", contou.
No dia do Motociclista, comemorado nesta quinta-feira, 27, Ivanete teve a oportunidade de saber mais sobre como evitar alguns acidentes de moto, durante a palestra do projeto “Quero andar de moto até morrer, mas não quero morrer andando de moto”, realizada no auditório do Centro Cultural Tancredo Neves (Centur). A iniciativa é do Hospital Metropolitano, em parceria como Núcleo de Educação Permanente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belém (NEP/Samu 192).
O objetivo do encontro era chamar a atenção de usuários de motocicletas para hábitos de segurança no trânsito, redução dos acidentes e, por consequência, do número de internações hospitalares em decorrência destes acidentes, que hoje já ultrapassam 40% dos atendimentos no Hospital Metropolitano. No Brasil, os acidentes de trânsito matam cerca de 43 mil pessoas por ano.
O diretor do Hospital Metropolitano, Rogério Kuntz ressalta que o projeto busca realizar o trabalho de conscientização. "Almejamos conscientizar sobre o cenário que vivemos hoje na região metropolitana de Belém e no Pará. O que hoje podemos dizer que é uma epidemia se acidentes de trânsito com vítimas os motociclista. Os números são bastantes expressivos, que observamos todos os dias no hospital", afirmou.
O curso é inédito no Brasil e já qualificou mais de duas mil pessoas em vários municípios do Pará. Durante a palestra, foram enfatizados pontos que, segundo o coordenador do projeto, o médico Gutaçara Gabriel, podem contribuir para evitar possíveis acidentes de trânsito.
"Saimos de dentro dos hospitais para capacitar os principais núcleos, visando a importância de usar os equipamentos de segurança. Não a obrigação, mas necessidade de usá-los. E assim, reduzir o número de mortes, internações e afastamento do trabalho causados por acidente de motocicleta", ressaltou Guataçara.
Além do uso dos equipamentos de segurança, o médico abordou outras situações que podem contirbuir para possíveis acidentes no trânsito, como a pilotagem sob efeito de álcool e práticas imprudentes de direção, como andar em ziguezague entre carros e realizar ultrapassagens perigosas. Assim como algumas patologias que podem oferecer riscos para o condutor durante o transito, como cefaleia, artrite, lesões e entre outras.
O curso também contou com a participação de pessoas que utilizam a motocicleta como ferramenta de trabalho, como no caso do mototaxista há sete anos, Leandro Raiol, 45 anos. "Essas orientações são de fundamental importância para a nossa categoria e para a população em geral. Eu prezo por dirigir com prudência e usar os equipamentos de segurança, mas muitos clientes não querem usar", disse.
Texto: Andreza Carvalho