O serviço de poda de árvores em Belém é rotineiro e se desenvolve diariamente, mas há momentos em que esse trabalho requer a união de diversas secretarias municipais, além da parceria com a companhia de energia do Estado. E foi dessa maneira que a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), realizou mais uma poda programada de árvores na capital paraense, na manhã deste domingo, 20.

A ação ocorreu na avenida Gentil Bitencourt, entre as travessas Doutor Moraes e Benjamin Constant, no bairro de Nazaré, das 8 às 14 horas, e teve participação de funcionários da Semma, além, de agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB), e de servidores das Secretarias de Saneamento (Sesan) e de Urbanismo (Seurb), que fizeram os desvios necessários de trânsito para quem trafegava às proximidades. Somente da Semma estiveram envolvidas cerca de 80 pessoas, sendo 30 da secretaria, 20 de apoio e mais 30 de uma empresa prestadora de serviços à Semma.

Em Belém, são realizadas, em média, 450 podas por mês, via solicitação da população. Entre novembro de 2016 e julho do ano passado foram podadas aproximadamente 875 mangueiras na cidade. “É um trabalho bem discreto, mas fazemos podas de árvores todos dias, segundo solicitação dos moradores, mas há as podas maiores como esta que está sendo feita aqui. É uma grande operação, com muitas pessoas envolvidas, e sabemos que pode causar transtornos às pessoas. Mas é necessário esse tipo de ação, especialmente em áreas muito arborizadas como são as do centro da cidade”, avaliou Fabrício Dias, titular da Semma.

Operação – Uma operação como a deste domingo, de maior porte, começa a ser planejada com duas semanas de antecedência, mas as reuniões entre a Semma e a Rede Celpa são realizadas sempre às quartas-feiras. A poda só pode ser iniciada depois que a energia é desligada totalmente.

Além das pessoas envolvidas, muitos equipamentos precisam ser utilizados, entre caminhões basculantes, caçambas, trituradores, caminhões do tipo Munk, roçadeiras, podadores e outros mais, com o penetrógrafo.

“Fazemos podas de árvores diariamente, mas intensificamos os serviços de podas em espécies de maior tamanho aos finais de semana, especialmente por conta da complexidade e do cuidado que a ação exige”, explica Paulo Porto, coordenador da Assessoria Técnica da Semma.

A complexidade se dá por conta do desligamento da energia elétrica no trecho onde a poda está sendo feita. Por recomendação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão ao qual a Rede Celpa é ligada, o desligamento programado para a podagem de árvores não pode ultrapassar mais de seis horas.

“O trabalho dura seis horas, nas quais procuramos fazer o maior número de podas possível. É pouco tempo e, às vezes, não é suficiente, por isso, alguma coisa sempre acaba não sendo feita. Com as mangueiras de Belém, o trabalho precisa ser mais cuidadoso, porque são árvores centenárias e que precisam de muita atenção”, continua Paulo Porto.

“A podagem de árvores envolve várias pessoas e procuramos fazer esse trabalho sem causar transtornos maiores. Por isso, optamos ou pelo sábado ou pelo domingo, para não atrapalhar, em especial, o trânsito. É um mal necessário, mas que é pequeno, sem grandes consequências, perto do que acontece quando uma mangueira de grande porte, cai, por exemplo”, alerta Porto.

Poda – Entre os serviços necessários para uma podagem de grande porte estão o isolamento das áreas do entorno, desvio no trânsito e interrupção do fornecimento de energia no trecho.

Nas podas programadas se fazem também medidas de prevenção, como o rebaixamento da copa de árvores, poda de limpeza, poda de correção – para dar maior equilíbrio à estrutura das árvores – e levantamento de copa, além de prevenção de quedas.

A Semma solicita que a população tenha mais consciência quando for informada sobre as podas e evite passar pelas áreas isoladas. “As podas não ocorrem porque queremos cortar uma árvore. É prevenção contra riscos de acidentes e até mesmo para liberar os cabos de energia. É um trabalho minucioso, que requer muita atenção de quem está envolvido”, informa Porto.

Quem aprovou a poda das mangueiras foi o casal Luiz e Selma Lopes, casados há 54 anos. “Nós moramos aqui perto e ficamos felizes de ver o cuidado que estão tendo com as mangueiras. Eu acho que essas árvores precisam ter mais atenção ou Belém vai perder o título de Cidade das Mangueiras. Inclusive, eu acho que a Prefeitura deveria doar mudas de mangueiras para outras capitais e assim divulgar esse título pelo qual somos conhecidos”, opinou Luiz Lopes.

Exame – Um serviço que é feito junto a poda das mangueiras é o exame das árvores utilizando um aparelho chamado penetrógrafo, que é constituído de uma espécie de lâmina que atravessa o tronco do vegetal, e informa as condições internas dele.

Assim, por meio do penetrógrafo, cada mangueira da cidade passa a ter uma ficha com todas as informações que a identificam. “Esses dados são passados a um computador e por meio desses dados sabemos tudo sobre esse vegetal. Assim, saberemos se uma árvore está oca por dentro e precisa ser retirada. Muitas das vezes, a árvore está produzindo folhas e frutas, mas por dentro está podre. É nesse momento que ela precisa ser cortada”, explica Paulo Porto.

Paulo disse ainda que esse exame ajuda à Semma em ganho técnico e a fazer podagem ou retirada de vegetais de forma preventiva.

Serviço:

Para solicitar vistorias e podas de árvores, a população deve se dirigir ao protocolo da Semma, na travessa Quintino Bocaiúva, 2078, em Nazaré. Solicitações também podem ser feitas no site http://www.belem.pa.gov.br/semma

Texto: Dedé Mesquita