Belém possui 7% dos moradores, maiores de 18 anos, diagnosticados com Diabetes, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2016), do Ministério da Saúde. Inserido neste percentual está o aposentado Francisco Lopes, 72 anos, que descobriu a doença há mais de 20 anos e diz ser cauteloso para evitar complicações no estado de saúde. “Desde quando descobri que era diabético, mudei totalmente minha alimentação. Cheguei a evitar tanto açúcar que cheguei a passar mal por falta dele no organismo. Hoje estou com a minha doença controlada e ainda espero viver muitos anos com ela”,contou.

Na última terça- feira, 14, foi comemorado o Dia Mundial da Diabetes e em alusão a data, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) promoveu na manhã desta quinta-feira, 16, uma programação com palestras e serviços de saúde, no Centro de Especialidades Medicas e Odontologicas Cemo (Cemo)

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença é crônica e se caracteriza por problemas na produção do hormônio insulina pelo corpo ou, quando esse hormônio não é empregado adequadamente no organismo. A insulina é responsável pelo controle da glicose no sangue, obtida por meio dos alimentos como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, o organismo não fabrica a insulina ou não consegue usar a glicose adequadamente, o nível pode ficar alto. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

Cristiane Florinda, enfermeira e educadora em diabetes pela Federação Internacional de Diabetes, enfatizou que a informação é a melhor forma de prevenir a doença. “A conscientização da população em relação ao diabetes é muito importante, porque é uma epidemia mundial. Esta doença é muito onerosa, tanto para o portador como para o Estado e a melhor forma de conter essa doença é a prevenção. No entanto, as pessoas ainda avaliam com dificuldades quando falamos sobre a mudança de vida que a prevenção pede, que parte dos bons hábitos alimentares e atividade física”, pontuou.

Ainda de acordo com a Vigitel 2016 o diagnóstico da diabetes tornou-se mais comum com o avanço da idade, essa tendência se acentuou a partir dos 45 anos. A manicure Roseane Guerreiro, 43 anos, já toma cuidados para evitar a a diabetes e, para isso, faz questão de ter uma alimentação saudável. “Minha avó era diabética e acompanhei por muito tempo a evolução da doença dela. Então sempre tive esse alerta. Há mais de três anos inseri na minha casa a uma dieta saudável, uso adoçante e priorizo alimentos naturais”, contou. “Descobri coisas bem interessantes como, por exemplo, alimentos que possuem açúcar e eu não sabia”, completou.

A Sesma possui implantado em todas as Unidade Básica de Saúde (UBS) e Estratégia Saúde da Família (ESF) o HiperDia, programa que cadastra e acompanha portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus, atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS. O atendimento permite gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. “Além do acompanhamento ambulatorial, o paciente cadastrado no HiperDia é encaminhado para participar de atividades físicas, promovidas pelos núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF’s), numa perspectiva da prática de hábitos saudáveis, controle do peso e qualidade de vida”, explicou a coordenadora do programa, Denize Carvalho.

Texto: Andreza Carvalho