Após denúncias de envenenamento de gatos na Feira da Pedreira, o prefeito Zenaldo Coutinho determinou medidas emergenciais para o bem estar dos animais abandonados e também para a segurança da população que trabalha e circula pelo local. Técnicos do Centro de Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde, já atuam na área e estão resgatando gatos que vivem no espaço, um trabalho que requer paciência, segundo o coordenador do CCZ, Altevir Lopes. “A captura de gatos é mais delicada porque eles normalmente fogem, então acaba pedindo um pouco mais de tempo. Depois de capturados, os felinos serão castrados, vacinados e disponibilizados para adoção”, explicou.

Para garantir o controle populacional de cães e gatos, e consequentemente reduzir os casos de abandono destas espécies, o Centro de Zoonoses tem investido na castração nas comunidades, inclusive dos animais em situação de rua. Mensalmente são realizadas 350 castrações na sede do CCZ e 36 pelo Castramovél, veículo itinerante que percorre os bairros de Belém.

Nesta terça-feira, 20, uma equipe do Centro de Zoonoses fez a manutenção do processo de desratização realizado na Feira da Pedreira no último dia 13. A ação faz parte do calendário mensal do CCZ e é feita com raticida recomendado pelo Ministério da Saúde, regulamentado para venda em qualquer loja de produtos veterinários e sem atrativos para carnívoros.

“A Secretaria de Saneamento realiza uma lavagem nas feiras e mercados e depois nós colocamos as iscas em locais estratégicos, com vestígios de presença de roedores. Em alguns locais mais críticos, nós realizamos o retorno após alguns dias para uma segunda aplicação”, detalhou a veterinária Tânia Costa.

“Os raticidas possuem um componente amargante, o que não é agradável para os animais domésticos. Já para os roedores, este produto é muito atrativo devido possuir gordura, por meio da parafina, e eles se alimentarem disso. No entanto, precisamos da colaboração dos feirantes para que o espaço não tenha outros produtos que sejam atrativos para os roedores, como os restos de alimentos”, ressaltou o veterinário do CCZ, Eder Santiago.

Silvia Costa, feirante há mais de 38 anos, conta que mantém o espaço de trabalho sempre limpo para evitar a proliferação de roedores e se proteger de doenças. “Aqui tem muitos esgotos, então, onde tem buracos e restos de alimentos há muitos roedores. Sempre que a equipe (da Sesma) está aqui, os procuro para tirar as minhas dúvidas e também para mostrar os locais com mais intensidade de roedores”, relatou.

Nas ações, os técnicos do CCZ também distribuem materiais educativos e orientam os feirantes sobre as formas de prevenir a proliferação de roedores e os cuidados após a desratização no local.

Centro de Controle de Zoonozes

Atualmente, o CCZ atua com os programas de leptospirose (controle de roedores), leishmaniose, raiva (realização de campanhas de vacinação anualmente e controle de pessoas vacinadas), controle de pombos e caracóis e controle de animais peçonhentos (cobra, lacraia e escorpião). Regularmente, o centro recolhe animais que estão em feiras, mercados, hospitais, escolas e outros espaços públicos, quando eles possuem ou apresentam sintomas de doenças que oferecem riscos para a população.

Em 2016, a Prefeitura de Belém reformou, ampliou e equipou o prédio do CCZ, que agora conta com laboratórios, sala de cirurgia, aparelhos de monitoramento cardíaco, sala de banho, gatil e canil com salas de até oito metros de comprimento para abrigar cães de grande porte.

Castração

A cirurgia de castração pode ser agendada diariamente no Centro de Controle de Zoonoses, com a apresentação de documento de identificação e comprovantes de renda e residência do proprietário. O serviço é gratuito e oferecido para pessoas com renda abaixo de dois salários mínimos. O CCZ funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h, e das 14h às 17h, na Avenida Augusto Montenegro, km 11 (ao lado da UPA de Icoaraci). Telefones: 3227-2088, 3247-3001 e 3344-2350.

Texto: Andreza Carvalho