Mãe de um bebê de 10 meses, Jane Oliveira, 21 anos, está com o filho há cinco meses internado na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa com uma doença grave. Para ela, o cuidado que ele recebe ali é fundamental para sua recuperação. A mesma opinião é compartilhada por Hailana Renata, 21 anos, mãe de um menino de 9 meses e que há dois está internado também na UTI da Santa Casa. “Se meu filho não estivesse na UTI talvez nem estivesse vivo. Ele tem um problema motor e, infelizmente, teve uma piora, mas o cuidado com ele é muito bom”, afirma a jovem.

A importância de um serviço de tratamento intensivo para crianças é um dos motivos para implantação do serviço de UTI Pediátrica no HPSM Mário Pinotti. Serão sete leitos, sendo um de isolamento, implantados pela primeira vez na história do hospital. A obra da UTI já estava em andamento quando ocorreu o incidente no PSM, em julho de 2015.

Para dar funcionalidade à estrutura montada pela Prefeitura de Belém, temporariamente os equipamentos foram transferidos para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica da Santa Casa. “Estava pronta antes do incidente e é uma necessidade do hospital. Com a reforma geral, vimos a oportunidade de integrar a UTI no projeto do PSM. Ela também recebeu nova instalação elétrica, hidráulica e adequação estrutural. Esta UTI é imprescindível para a urgência, pois não há leitos suficientes, mesmo na rede privada”, afirma o Ivison Carvalho, diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde.Ivison Carvalho.

Antes do incidente, o HPSM recebia uma demanda de 1.400 crianças por mês, muitas em estado grave. “Com a UTI teremos a segurança de pegar uma criança grave na urgência, estabilizar e conduzir para UTI para receber o atendimento necessário prestado por uma equipe qualificada”, declara Ivison.

Em casos graves e de crises agudas, a criança também poderá receber o serviço de hemodiálise no próprio leito. “Estamos trabalhando para que toda esta estrutura esteja adequada para o atendimento, de forma que os pacientes possam ter sua sobrevida garantida e ter a oportunidade de recuperação. A UTI vai funcionar como retaguarda para a urgência, sem depender de leito na rede. Mas se não tiver leito vago, vamos ter leitos na sala vermelha”, afirma o diretor, referindo-se à classificação de risco adotada no hospital e que também será implantada na ala pediátrica. Por essa classificação, os pequenos pacientes serão atendidos conforme o grau de gravidade do seu caso, que será identificado por cores. Aliás, as cores estão por toda a parte no setor pediátrico.

Um projeto de humanização hospitalar foi desenvolvido para alegrar o ambiente e suavizar o trauma das crianças dentro do ambiente hospitalar. “Recebemos as pessoas em dias muito difíceis das suas vidas, pessoas que estão em sofrimento. Então a identidade visual adotada visa dar um conforto e um acolhimento melhor para quem chegar ao pronto-socorro, fazendo com que a pessoa se distraia e esqueça, mesmo que por alguns segundo, a sua dor”, explica Ivison Carvalho.

Emocionada, a enfermeira Kátia Gaioso, responsável pela UTI Pediátrica do PSM instalada na Santa Casa, espera garantir uma assistência de qualidade às crianças dentro das suas necessidades. “Temos toda a retaguarda das especialidades, exames, laboratório, e a experiência lá já cria uma visão de como será o trabalho no PSM. Trabalho aqui há 17 anos e o que vamos receber é de emocionar. Tanto os profissionais quanto a população mereciam esse novo hospital. Espero que a equipe permaneça unida para que possamos oferecer o melhor do nosso atendimento para a população”, conclui.

Texto: Paula Barbosa