O trabalho de recadastramento imobiliário, que a Prefeitura de Belém está promovendo desde setembro, ganhou o reforço de uma unidade móvel de mapeamento. O equipamento captura imagens da cidade, por via terrestre, com alta resolução e precisão de posicionamento por satélite. Esse registro das imagens visa mapear ruas, fachadas, cruzamentos, praças e demais elementos urbanos para atualizar o cadastro imobiliário da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin).

A utilização de equipamentos modernos e de tecnologia avançada foi um dos diferenciais de seleção exigidos pela administração municipal no certame licitatório. A unidade de mapeamento terrestre está sendo utilizada pela primeira vez em um município brasileiro para fins de recadastramento de imóveis.

“Esta é mais uma ferramenta para garantir a exatidão, a segurança e o maior nível de detalhes dos dados levantados, que abastecerão o sistema de cadastro de Prefeitura, com todas as informações e imagens dos imóveis e elementos urbanos. Essa atualização subsidiará o planejamento de serviços públicos e garantirá a justiça fiscal”, ressalta o diretor de Departamento de Tributos Imobiliários da Sefin, Sandro Sagica.

O equipamento é composto por cinco câmeras industriais posicionadas sobre um automóvel e alinhadas de forma a fazer imagens em um ângulo de 180 graus. “A cada três metros de deslocamento do automóvel, as câmeras disparam e registram as imagens de cinco pontos diferentes do trecho da rua percorrida”, explica o responsável técnico pela unidade móvel, Marco Aurélio Formenti.

Segundo o técnico da Aerocarta, empresa que está executando a atualização da base cartográfica de Belém, a unidade móvel é o que há de mais moderno no Brasil em mapeamento urbano. “A grande inovação desse equipamento é a rapidez com que captura as imagens, fazendo em 15 minutos o trabalho que um cadastrador faria manualmente em cerca de um dia, gerando uma maior quantidade de imagens e em alta resolução”, assegura.

Marco Aurélio explica ainda que as imagens são geradas juntamente com a localização do momento da aquisição da foto, com auxilio de um GPS de precisão, o que diminui a margem de erro do posicionamento da imagem com relação aos lotes. As imagens são capturadas com auxílio de um tablet, que auxilia na localização e no controle de ruas percorridas, e um super computador com grande poder armazenamento.

Em dois dias de trabalho, as câmeras já registraram imagens de quase 80% do bairro do Marco, primeiro a receber o mapeamento terrestre. A previsão é de que os mais de 300 mil imóveis de Belém sejam registrados pela unidade dentro de três meses. Sem a inovação, esse tempo seria de aproximadamente dez meses.

Atualização – O último trabalho desse gênero realizado em Belém para avaliar o crescimento urbanístico e imobiliário da cidade aconteceu em 1998 e está defasado. O recadastramento imobiliário é a segunda etapa de toda a atualização cartográfica do município, iniciada em julho com o levantamento por imagens aéreas com sobrevôos na cidade.

Com os dados atualizados, a Prefeitura terá maiores condições de conhecer as necessidades de instalação de novos equipamentos e serviços, como sinalizações, semáforos, unidades básicas de saúde, creches, escolas, academias ao ar livre e coletores de lixo. Além disso, atualizará o cadastro de imóveis, que hoje apresenta distorções e não contempla as alterações em construções e loteamentos ocorridas nos últimos 16 anos.

Texto: Jaqueline Ferreira